quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Querida Cristina...

Querida e amável mãe do meu grande amor,

O meu amor pelo seu filho chegou a tal ponto que eu resolvi escrever esta espécie de carta. Não que escrever seja chato, mas, escrevê-la para si é aterrorizador.
 Nós as futuras- noras temos medo do mais improvável amor- O amor da mãe do namorado. 
O seu filho deve ter puxado o seu amor incondicional e a sua inteligência, e com certeza esse sorriso lindo que coloca no rosto mesmo quando está triste. 

Não entendo o porquê de tanta rivalidade entre a nossa espécie (sogras vs noras). Não quero competir com o seu amor aliás jamais competiria, já que foi a razão da vinda do amor mais precioso que tenho : O seu filho.


Só queria lhe dizer que foi abençoada por Deus por trazê-lo a mim. Que missão divina. E sei que quando ele nasceu foi uma festa. 

E eu ainda , não sei o que é amar um filho, ainda não tenho. E quando eu e seu filho tivermos os nossos saberei que seu amor por ele é absoluto e supremo.
Não tirarei sua razão de tentar nos corrigir a cada falha nossa, porque sei que foi difícil educar e mostrar o quão terrível o mundo é.


Pergunto-me constantemente o que o fez gostar de mim, com uma mãe tão incrível, ele deve ter comparado nossos sorrisos. (Estou desconfiada disso.)
Mas deixemos de blá blá blá e falemos o que interessa. Eu talvez não seja a nora que pediu a Deus. Tenho uns defeitinhos de fábrica, o tempero da comida é uma questão. Não possuo o dom divinal de tão delicadas mãos, e desejo que o seu filho aprecie da mesma forma a nossa diversidade gastronómica.

Pode ficar descansada,  que eu o irei mimar na mesma quantidade, muito amor. Só não sei se terei a mesma paciência quando deixar os sapatos na sala, e a toalha em cima da cama. Ou procrastinar a reparação da lâmpada e do chuveiro por meses.
E nem sempre, irei consentir com os erros do seu filho, estarei ao lado dele em todos os momentos e o ajudarei sempre, nem que para isso discutamos a nossa relação para que cada dia fique melhor e harmoniosa. 
Não precisa de se preocupar comigo, não "roubarei" o seu lugar e nem você o meu! Que maravilha, assim dividiremos inteiramente o coração dele de formas diferentes.

O seu filho será sempre seu, e eu tentarei que ele seja meu para sempre. 
Eu também sou uma boa filha, podemos conversar por horas, falarmos de roupas, futilidades, lugares, comidas e tudo que há de bom na vida. E olhe bem, não tiro seu filho da sua vida e a Cristina adopta-me como sua filha emprestada. Pronto! Família feliz. 
Eu serei grata pra sempre se tudo caminhar assim, lindas e amáveis. E que meus filhos, seus futuros netos tenham a mesma admiração que eu e seu filho temos por si.

Muitos beijinhos. ( E que esta "carta" fique só entre nós as duas!)